A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (20), em Campos, um homem que teria envolvimento com os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. A Polícia Federal não deu mais detalhes sobre o caso. A prisão acontece no âmbito da Operação Lesa Pátria, que investiga golpistas – incluindo financiadores – que participaram de ataques terroristas do começo do ano, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.
O UOL apresentou com exclusividade a identidade de Diego Ventura e maiores detalhes da investigação que fez chegar em prisão ocorrida na noite desta quinta-feira, quando participava de uma reunião política e organizava ato para o próximo final de semana.
Em matéria publicada pelo UOL, Venturam que estava foragido, ia participar de um evento de militantes de direita no próximo fim de semana, chamado Assembleia Nacional da Direita Brasileira. Um vídeo divulgado pelo WhatsApp mostra o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) convocando para o evento, com camiseta da Abrapa, o grupo de que Ventura fazia parte.
O deputado também dá um número de telefone de um dos organizadores, de nome Diego. Em outro vídeo, o organizador Diego é apresentado como um “grande patriota”.
O número está inativo desde a prisão de Ventura. Outra organizadora disse que acredita que se trata do Diego da Direita Limpa Campos – Diego Ventura.
Além de Zé Trovão, convocaram para o evento Padre Kelmon, Geovane Veras Pessoa, que advoga para do Cacique Serere, indígena preso em Brasília em dezembro sob suspeita de atentar contra as instituições, e líderes de caminhoneiros de direita.
“O que eles fizeram em sessenta anos, faremos em dez”, é o slogan da assembleia. Na convocação, é dito que o slogan será explicado no evento.
Doações para o QG do Exército
No QG do Exército, Ventura se apresentava como liderança da Abrapa 01, uma dissidência da Associação Brasileira de Patriotas.
Administrava grupos da Abrapa 01 no Telegram e as páginas no Instagram e no Facebook “Direita Limpa Campos”, desativadas após os ataques de 8/1.
Mandados de prisão
Até o fim do mês passado, a Lesa Pátria, que tem caráter permanente, tinha cumprido 68 mandados de prisão, 206 de busca e apreensão e instaurado 17 inquéritos.
Segundo a PF, os fatos investigados pela operação constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
A PF disponibiliza o email denuncia8janeiro@pf.gov.br para receber informações sobre a identificação de pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos golpistas.