A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, nesta terça-feira (22), a Operação 13 Aldelas, visando desarticular uma quadrilha envolvida no golpe do falso sequestro. A organização criminosa, que atua a partir de presídios, é formada por cerca de 18 mil membros e tem uma forte presença no sistema carcerário. A operação também ocorre no município de São João da Barra.
As investigações, conduzidas com o apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Subsecretaria de Inteligência da Administração Penitenciária, revelaram que o grupo movimentou quase R$ 70 milhões por meio de transações bancárias entre janeiro de 2022 e março de 2024.
Mandados e alvos
Agentes da Delegacia Antissequestro cumprem 44 mandados de busca e apreensão em diversos pontos do estado, incluindo Copacabana e Irajá, na capital, e nas cidades de São Gonçalo, Maricá, Rio das Ostras, Búzios e São João da Barra, além de alvos no Espírito Santo. Entre os investigados estão cinco policiais penais suspeitos de colaborar com o esquema.
Indústria de extorsão dentro dos presídios
A facção criminosa, conhecida como Povo de Israel, foi fundada em 2004 e mantém seu controle através de celulares introduzidos ilegalmente nas unidades prisionais. Com isso, a quadrilha criou uma sofisticada rede de extorsão. A maioria dos seus 18 mil integrantes cumpre pena em 13 presídios controlados pela facção, conhecidos como “aldelas”. Esse contingente representa cerca de 42% da população carcerária do estado.
Estrutura financeira do esquema
Segundo a Polícia Civil, mais de 1,6 mil pessoas físicas e 201 empresas foram utilizadas para movimentar os valores arrecadados nas extorsões. O principal núcleo de operação da facção é o Presídio Nelson Hungria, localizado no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A operação busca desarticular não apenas a liderança da quadrilha, mas também identificar e prender todos os envolvidos, incluindo aqueles responsáveis pela entrada de celulares nas prisões e pela lavagem dos recursos obtidos por meio dos golpes.
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