quinta-feira , 4 dezembro 2025

Bacellar endurece críticas à segurança pública e promete vigilância sobre orçamento de 2026

Na abertura da sessão desta terça-feira (23) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), usou a tribuna para lamentar o arrastão registrado em Copacabana no último domingo, após as manifestações contra a PEC da Blindagem. Na pauta da sessão, estavam projetos ligados à Polícia Civil, entre eles a reestruturação do quadro permanente e a regulamentação da Lei Orgânica da categoria.

Visivelmente irritado, Bacellar fez duras críticas ao governador Cláudio Castro e ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, pela falta de ação na segurança pública. Ele comparou investimentos feitos na área de tecnologia do estado e na Polícia Militar, afirmando que a prioridade do governo não tem sido o combate à violência.

— “Com todo respeito, se a preocupação é digital é melhor colocar meu pijama e sair daqui. A preocupação do governo é com a transformação digital, mas todo dia a porrada come na rua e tem um bando de vagabundo mirim fazendo o que faz”, disse o presidente da Alerj.

As críticas se estenderam ao secretário estadual de Polícia Militar, coronel Marcelo Menezes. Para Bacellar, falta presença das lideranças do setor nas ruas.
— “Está na hora de retirar a farda bonita para sair nas ruas acompanhar as operações”, afirmou.

Bacellar também alertou para o déficit de R$ 19,6 bilhões previsto no orçamento do estado para 2026, e assegurou que vai acompanhar de perto a execução da Lei Orçamentária Anual (LOA).
— “Não vou embora do meu mandato que acaba no fim do ano que vem sem fazer o que deve”, garantiu.

Além das cobranças, o presidente da Alerj respondeu a rumores sobre uma possível candidatura no próximo ano.
— “Quem está achando que estou pensando em candidatura vai cair para trás. Não estou preso a cargo e nem preso a vaidade de cargo”, declarou.

Ao encerrar o discurso, Bacellar disse esperar a sanção da PEC da Segurança pelo governador e reforçou que não vai recuar diante das críticas:
— “O meu silêncio está chegando ao limite. Está na hora de parar de briga para lá e para cá. Não jogo para plateia. Quando posso eu faço, eu faço. Não abro mão de olhar o orçamento do início ao fim”.