A pesquisa GPP divulgada no último sábado (18), em Campos, apresentando um retrato atual do cenário administrativo e eleitoral trouxe à discussão o debate que parecia adormecido, mas que despertou nomes e grupos que estarão na disputa eleitoral municipal, em 2024. Foram nomes citados pelos 600 entrevistados, e, em especial, o partido do Presidente da República, o PT, sendo lembrado como legenda, e não com nome destacado a defender o projeto.
O ConectaNF conversou com José Maria Rangel, militante e nome do Partido dos Trabalhadores com maior destaque na cidade e região nas últimas eleições. Em 2022, na disputa para Câmara Federal conquistou 25.589 votos. Já na disputa para Câmara de Vereadores de Campos, em 2020, foi o oitavo mais votado de todos os candidatos, com 2.934 votos, sendo que sua legenda não elegeu nenhum vereador entre os 25. Na disputa de 2018, também para deputado federal foram 20.591 votos.
Sobre o PT ter candidatura própria para a disputa do Executivo em 2024, José Maria Rangel garantiu que a discussão passará por uma ampla discussão no campo da esquerda. “O PT faz parte de uma federação que tem o PCdoB e o PV, e penso que qualquer decisão de nome dessa federação, que pode inclusive ser ampliada para outros partidos, no campo da esquerda no nosso município, tem que ser com ampla discussão. Na minha avaliação o PT vai ter candidato em Campo sim. Esse campo tem que ter um candidato, haja visto que em 2020 quando vivíamos o momento do bolsonarismo tivemos candidatura, não seria agora tendo eleito o presidente Lula que vamos deixar de ter, e os nomes do PT vão ter um peso nessa discussão”.
O fato de ser apontado como o principal nome do PT no momento, garante Rangel, que não o faz nesse momento ter o nome certo para a disputa, além de ampliar a discussão para além de Campos. “Eu tive nas últimas três eleições, em 2018, 2020 e 2022 uma votação considerável, inclusive sendo o oitavo mais votado na disputa para vereador em 2020, e isso faz com que meu nome seja ventilado como uma possibilidade. Mas de lá pra cá muita coisa aconteceu e hoje seria muito prematuro falar em candidatura. Temos que conversar com o partido para avaliar quais as melhores possibilidades. A própria vitória do presidente Lula nos fez assumir compromissos fora do município de Campos, inclusive, e que muito provavelmente vão entrar nas disputas tanto para o legislativo como para o Executivo”.
Sobre os dados apresentados pela GPP na pesquisa e fazendo uma avaliação do cenário administrativo ao longo das últimas décadas, Rangel faz suas críticas por falta de políticas estruturantes.
“A gente não tem como deixar de avaliar o todo. Campos ainda figura entre os maiores orçamentos municipais do país, e isso não é de agora. Desde o advento dos royalties, em 1999, Campos é uma cidade que recebeu quase R$ 30 bilhões entre royalties e participações especiais. Sei que é difícil falar de política sem paixão, mas se formos avaliar a cidade em estrutura, oportunidades, não mudou absolutamente nada. Transporte público segue um caos, a educação com números muito ruins e oportunidade de emprego é outro drama. Se não me engano a Prefeitura segue sendo a maior empregadora. A exceção do Rafael Diniz, todos que passaram pela Prefeitura são oriundos do grupo político do Garotinho, e, esse é um primeiro aspecto a ser avaliado. O segundo é a comparação feita no caos que foi o governo Rafael Diniz, com o atual de Wladimir, que tem seus méritos, como estar com salário em dia, mas nada de maravilhoso que possa justificar na uma avaliação dessa. Na minha visão a cidade, volto a dizer, com o orçamento que tem, está deixando a desejar. Vejo com muita tristeza, mas tenho muita esperança que Campos vai conseguir entrar nos trilhos, e para isso, é importante que o campo progressista da cidade construa uma candidatura e programa viável para o município e sair desse ciclo”.