O “Janeiro Roxo” é um mês dedicado à conscientização sobre os cuidados e a prevenção da hanseníase. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio do Programa Municipal de Controle da Hanseníase, destaca a importância do diagnóstico precoce e do tratamento gratuito oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A doença tem cura, e o tratamento adequado pode prevenir sequelas. A campanha busca informar e combater o estigma relacionado à enfermidade, causada pela bactéria Mycobacterium leprae.
O ponto alto do “Janeiro Roxo” acontece no Dia Mundial de Combate à Hanseníase, celebrado no último domingo do mês, que este ano caiu no dia 26. Edilbert Pellegrini, diretor do programa, enfatiza a importância da suspeição diagnóstica e da educação em saúde para desmistificar a hanseníase, que historicamente foi cercada de preconceitos. Para ele, disseminar informações precisas é fundamental para combater o estigma e garantir que as pessoas busquem o tratamento adequado. Essa conscientização pode ajudar a mudar a percepção sobre a doença e incentivar mais pessoas a se informarem e se cuidarem.
“A hanseníase é uma doença crônica que afeta principalmente a pele, os nervos, o nariz e os olhos. Apesar de ainda gerar medo e preconceito, é importante lembrar que ela tem tratamento gratuito e cura. Quanto mais cedo for diagnosticada e tratada, menores são as chances de complicações”, reforçou o médico.
TRANSMISSÃO E SINTOMAS
Apesar de a patologia ser transmitida por meio de gotículas de saliva ou secreções do nariz, em contato prolongado com uma pessoa doente que ainda não está em tratamento, Edilbert salienta que a maioria das pessoas tem resistência natural à bactéria, e a transmissão é considerada baixa. Assim que o tratamento é iniciado, a pessoa infectada deixa de transmitir a doença.
“A Hanseníase pode se manifestar de várias formas. Portanto, se você notar algum sintoma como manchas na pele esbranquiçadas ou avermelhadas, com perda de sensibilidade ao calor, frio, dor ou toque; dormência ou formigamento, principalmente nas mãos e nos pés; fraqueza muscular; áreas do corpo com menos pelos ou suor e caroços (nódulos) que podem ser avermelhados e dolorosos, procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS) o mais rápido possível. Detectar a doença no início é essencial para evitar complicações, como incapacidades físicas”, pontuou.
TRATAMENTO — O tratamento da hanseníase é gratuito, fornecido pelo SUS e dura, em média, de seis meses a um ano, ininterruptos. Além das UBS, o Programa Municipal de Controle da Hanseníase realiza o atendimento no Centro de Referência Augusto Guimarães, na Estrada do Santa Rosa, no Parque Santa Clara, anexo ao Hospital Geral de Guarus (HGG), e conta com uma equipe multidisciplinar composta por: por médicos, enfermeiro, técnico de enfermagem, assistente social, psicólogo e fisioterapeuta. O funcionamento acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
A secretaria também realiza o teste imunocromatográfico (teste rápido) para pessoas que vivem ou viveram, nos últimos cinco anos, com portador de hanseníase. Para esses contactantes, o atendimento é feito nas Unidades Básicas de Saúde da Penha e Tocos e nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) do IPS, Parque Imperial, Lagoa de Cima e Ponta da Lama. O exame para contatos visa detectar se a pessoa possui anticorpos para Mycobacterium leprae.
“Os medicamentos, fornecidos pelo Ministério da Saúde, são distribuídos gratuitamente. Não é necessário internação e o acompanhamento médico ajuda a evitar sequelas e melhorar a qualidade de vida. Cuide de sua saúde e incentive outras pessoas a fazerem o mesmo”, aconselhou.