A Universidade Federal Fluminense (UFF), em Campos dos Goytacazes, sediará, entre os
dias 26 e 29 de maio, o 1º Encontro Regional Antirracista de Geografia e Educação
(ERAGE). O evento reunirá professores, estudantes, pesquisadores e representantes da
sociedade civil para discutir temas urgentes sobre racismo, território, educação e resistência,
com uma programação diversa durante os quatro dias. O ERAGE, que é gratuito e aberto ao
público mediante inscrição, acontecerá no Campus José do Patrocínio.
Com mais de 400 participantes esperados, o encontro contará com palestras, painéis de
debates, Grupos de Trabalhos, sessões de pôsteres, minicursos e oficina, sempre distribuídos
entre manhã, tarde e noite. A abertura do evento está marcada para às 9h do dia 26.
O ERAGE também se destaca pelo seu impacto regional, ao consolidar uma rede que envolve
instituições da periferia do Rio de Janeiro, como as faculdades de Duque de Caxias, Angra
dos Reis, Campos (UFF e ISEPAM), além da UEMG, localizada no município de Carangola,
na Zona da Mata Mineira. Essa articulação amplia o alcance e a potência das discussões
propostas pelo encontro.
Segundo o professor da UFF, Edimilson Mota, além de seu impacto acadêmico e social, o
evento também movimenta a cidade de Campos: “Foi necessário articular uma logística com
o setor hoteleiro, restaurantes e transporte, já que estamos a 300 km da capital. A rede local
se mobilizou para receber bem os participantes”, afirma Mota.
Entre os destaques da programação, está a palestra “A visibilidade dos corpos negros no
combate ao racismo”, no dia 26, e o debate “A construção da identidade racial na literatura
infantil”, no dia 28.
O evento também trará nomes de referência nacional, como a professora Ana Ivenicki da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pioneira nos estudos sobre multiculturalismo
e educação antirracista no Brasil, e o professor Henrique Cunha Junior da Universidade
Federal do Ceará (UFC), que abordará o pan-africanismo como movimento político,
intelectual e científico consolidado desde o início do século XX.
“O encontro destaca-se por aproximar a universidade da sociedade civil, promovendo a troca
entre diferentes saberes e vivências. Entre os participantes estão, por exemplo, um babalorixá
negro e gay e uma mulher preta, periférica, cega e mestra em Geografia — figuras que
simbolizam, cada uma à sua maneira, os desafios da existência em uma sociedade ainda
marcada pelo racismo”, concluiu professor Edimilson.